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Uma breve análise histórica europeia comprova que os partidos socialistas e sociais-democratas e seus programas reformistas cingiram-se a proceder reformas graduais na sua estrutura; e nos processos de nacionalização houve-se por bem colocar o setor empresarial do estado ao serviço dos lucros privados. Eis o sucesso do capitalismo europeu do pós-guerra. É imperioso notar, como ressalta o autor, que os partidos da social-democracia europeia abandonaram a sua matriz ideológica originária e, dando as costas ao legado keynesiano, presentificaram a conversão ao neoliberalismo.
Passa-se a adotar políticas de privatização dos serviços públicos, a impor a marginalização dos sindicados, a proceder reformas precarizantes dos mercados de trabalho, flexibilizadoras dos direitos dos trabalhadores e destruidoras dos sistemas de seguridade social. Os tratados da União Europeia seguem o manual do conservadorismo (do neoliberalismo mais radical), deixando à margem qualquer compromisso com o emprego.
Políticas de austeridade, que minam o estado social, seguem os passos dos argumentos falaciosos da insustentabilidade financeira e acarretam o empobrecimento dos povos. Por outro lado, desconsideram constituições e tratados internacionais. A crise estrutural do capitalismo não é nem a crise do neoliberalismo, nem a da deficiência da regulação, tampouco a de costumes que decorre da falta de ética do setor financeiro, ou a do excesso dos mercados: é uma opção política, tomada em tempos de parca legitimidade democrática.
Aldacy Rachid Coutinho
Jacinto Nelson de Miranda Coutinho