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Essa obra tem como horizonte o objetivo de compreender como a adoção de crianças ou adolescentes, por casais homossexuais masculinos, é percebida. Para isto, parte-se da opinião dos próprios casais, através de seus relatos, com vistas à concretização da família. O problema de pesquisa que se coloca é o seguinte: Existem empecilhos na adoção por pares homossexuais masculinos do ponto de vista destes? Se sim, de quais órgãos ou atores são decorrentes esses entraves, quais os tipos e o que os justificariam? A partir dos relatos de casais homossexuais masculinos, que tiveram suas adoções deferidas pelo Poder Judiciário gaúcho e concretizaram a unidade familiar desejada, faz-se uma análise do percurso desses casais buscando suas percepções, suas sensações, suas expectativas e suas experiências dentro do modelo homoparental de família, por meio de entrevistas. O referencial teórico aborda questões de direitos humanos, cidadania, igualdade e suas ligações com a sexualidade. No recorte empírico desta pesquisa, foram feitas entrevistas com cinco casais. Na análise do material transcrito das entrevistas, verifica-se que os casais elogiam a boa receptividade que tiveram pelo Judiciário, tecendo comentários positivos, destacando nomes e comportamentos que foram positivamente marcantes em seus processos de adoção. O perfil de interesse dos casais também é um item marcante, uma vez que eles se mostram dispostos a adotar crianças ou adolescentes com perfis amplos (cor, idade, sexo, doenças, etc.). Em contraponto ao comportamento positivo, relatado pelos entrevistados em relação ao Judiciário, têm-se os relatos de preconceitos advindos da sociedade, que se apresentaram em todas as entrevistas de diversas formas. No entanto, com todos os enfrentamentos desses casais, permeia entre eles, a sensação de pioneirismo e orgulho de suas famílias homoparentais.