Anarquismos e Sociedade de Controle - Série Ciências Criminais

Anarquismos e Sociedade de Controle - Série Ciências Criminais
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Texto da contracapa: Anarquismos e sociedade de controle é um livro instaurador. Poderia escrever longamente sobre o efeito dele em mim, quando ainda era um jovem ingressante na Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP, vindo dos meios anarco- -punks e precisamente interessado nas aulas de Edson Passetti. Ele forma, junto com O que é Propriedade?, de Proudhon e O Homem Revoltado, de Camus, o que poderia chamar de meus livros de formação. Mas isso pouco importa. O que você tem em mãos é uma analítica libertária dos fluxos de poder e das práticas de governo pastoral contemporâneas que não segue ou propõe fórmulas, tampouco reverencia mestres. Parte das sugestões de Gilles Deleuze sobre as conformações da atual sociedade de controle, ultrapassando-as para cartografar as resistências no presente a partir de suas expressões mais contundentes: a anarquia e o abolicionismo penal. Com a anarquia não se perde em atualizações que apenas reiteram os chamados clássicos, escapando de agregar à anarquia contemporânea prefixos, sufixos e/ou adjetivos. Com o abolicionismo penal não busca a escrita esclarecida e conveniente que hoje confunde abolicionismo penal com luta anti-prisional para afirmar o abolicionismo penal libertário próprio do nu-sol que, a partir da recusa inegociável da prisão para jovens, instaura uma prática demolidora da cultura castigo reificada pelo atual universal democrático estadunidense. São os começos do abolicionismo penal no Brasil. Lança mão da genealogia do poder proposta por Michel Foucault enfrentando de maneira livre e corajosa as transformações da biopolítica para formular a ecopolítica como governo que tem como alvo o corpo são do e no planeta. Muito antes dos usos e abusos feitos por liberais e marxistas (todos democratas juramentados) do curso de Foucault sobre a racionalidade neoliberal, descreve as formas de governos das inteligências e a conformação de um pastorado democrático e, portanto, horizontalizado que rege a vida de ativistas resilientes e dos cidadãos-polícia partícipes dos monitoramentos. Afirmando a existência libertária como militantismo na associação livre, este não é um livro sobre os anarquismos, mas que toma, libertariamente, a anarquia como modo de fazer e jeito de usar provocando rebeldias e afirmando a revolta. Como resistir hoje? Sem a pretensão responder essa questão, os ensaios aqui reunidos elaboram essa questão sem se escorar em teorias ou oferecer quimeras. Uma leitura inquietante, incômoda, que se move no espaço e não se prende tempo. Escrito único, de um anarquista único, versado na arte dos amigos.

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