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1ª Edición / 284 págs. / Rústica / / Livro
Para que as práticas judiciárias incorporem elementos da clínica psicanalítica é preciso não apenas deslegitimar o modelo tradicional, como também compreender as razões pelas quais o projeto civilizador propalado pelo Direito resiste em destituir juízes e tribunais do centro de ação desse sistema. Essa resistência pode ser explicada a partir da ilusão de que nosso desamparo psíquico originário e persistente pode ser solucionado a partir de substitutos fálicos como Deus ou o Estado. Para que as práticas judiciárias incorporem elementos da clínica psicanalítica, também é preciso compreender o que não deu certo no Direito: suas falhas, suas ineficiências, suas incoerências e sua interdependência. Se formos capazes de vencer aquela resistência e, antes de matar todos os deuses do Direito, recusarmos uma nova ocupação desse lugar de reitoria, estaremos então mais próximos de começar a tarefa de aproximação entre a clínica e a jurisdição.