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1ª Edición / 172 págs. / Rústica / Português / Livro
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Em países como o Brasil, lançados em uma tradição autoritária, com especial destaque para a herança da escravidão e a correlata hierarquização das pessoas, que não conseguiram construir uma cultura democrática, a pós-democracia instalou-se docilmente e de forma ainda mais perversa. Não há, ao contrário do que sustentam os discursos de viés liberal, a diminuição da intervenção estatal na vida da sociedade. Ao contrário, o Estado Pós-Democrático revela-se um Estado forte e, possivelmente, o menos sujeito a controle desde a criação do Estado Moderno. Isso porque uma das principais funções do Estado Pós-Democrático passa a ser a de controlar os indesejáveis, aqueles que não interessam ao projeto neoliberal, seja porque não produzem ou não têm capacidade econômica de consumir, seja por serem adversários políticos do projeto neoliberal, como era o caso de Marielle Franco. No Estado Pós-Democrático, a diferenciação exclusivamente política, já que desaparecem as funções que constituíam o "braço esquerdo" do Estado (tais como as políticas inclusivas e de redução da desigualdade), é a diferenciação entre "amigo" do mercado e "inimigo" do mercado, este último será o indivíduo indesejável sobre o qual recairá o poder penal. Em tempos pós-democrático, os autores procuram identificar as distorções que levaram à pós-democracia, a um Estado sem limites ao poder econômico e a uma sociedade sem lei ou liberdade, em que o cidadão foi transformado em mero consumidor incapaz de reflexão. Mas, não é um livro pessimista. Há também o cuidado de mostrar os caminhos à ressimbolização do mundo e a correlata luta pelo retorno da democracia.