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1ª Edición / 252 págs. / Rústica / Português / Livro
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"Na esteira da crise permanente da República de Weimar, o nacional-socialismo, em 1933, chegou ao poder com Adolf Hitler à frente, impondo-se o despotismo mais selvagem da história política mundial. Antissemitismo, estrangulamento das instituições liberais, ojeriza à democracia liberal, extermínio do pluralismo, oportunidade para a emergência dos mais brutos instintos individuais e coletivos, desrespeito à soberania dos países limítrofes e, enfim, o totalitarismo, o segundo conflito mundial... Só a partir de 1945, agora sob a ocupação estrangeira, o Estado de Direito foi restabelecido, arquitetando-se um sistema político moldado fundamentalmente na vontade norteamericana. De todo o modo, a República e a Constituição de Weimar sobrevivem no mundo das ideias e das instituições políticas como o paradigma do que convém ser seguido e do que convém não ser seguido, quando se busca a optima republica.
Já o Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, que viria a ser conhecido como a Escola de Frankfurt, criado em 1923, passou por vicissitudes, marcadas pela sucessão de fases ideológicas e de gerações. Uma plêiade de pensadores, englobando, entre outros, Max Horkheimer, Franz Neumann, Otto Kirchheimer, Walter Benjamim, Theodor Adorno, Hebert Marcuse, todos já falecidos. Mas os vivos, entre os quais Jürgen Habermas e Claus Offe, dão continuidade ao esforço de pensar criticamente, realizando assim o apanágio da Escola.
No atual momento, em que se vive muito perigosamente, a crise multidimensional - econômica, social, política, sanitária e até epistemológica - clama por teorias críticas capazes de abrir veredas para o encaminhamento de soluções. Neste sentido, guardadas as coisas que mudam, a República de Weimar, a sua Constituição e o pensamento crítico despertado pela Escola de Frankfurt podem dar à luz, se não para o que se deve fazer, pelo menos para o que não se deve fazer.
Inserido de maneira brutal na tal crise, o Brasil vivencia contemporaneamente, entre os diversos atentados aos valores civilizacionais e as tentativas de introdução - vindas de parte da liderança política - de índices elevados de boçalidade, o desprezo pelo pensamento, pela ciência e pela cultura. Não tenho dúvida de que a leitura da presente coletânea traz subsídios substantivos para a reação a esse estado de coisas. Deve-se, pois, louvar os seus organizadores e autores".
Fortaleza, dezembro de 2020
Filomeno Moraes